Foram exatamente estas palavras que os brasileiros transmitiram com murros e pancadas em seus adversários na noite de sábado no UFC 134 no Rio de Janeiro. Muitas atrações na noite de combates do maior evento de artes marciais mistas do mundo. Muita pancada, bobeiras, revanches e retornos históricos.
Começamos pelas bobeiras no "card Preliminar", com Rousimar "Toquinho"Palhares que lutou contra o americano Dan Miller. O que chamou a atenção foi que Toquinho começou o combate arrebentando Dan, sem dar chance ao americano e após uma saraivada de golpes levou o americano a lona, indo ao alambrado do octógono comemorar. O que Toquinho não notou é que Miller se levantou foi para cima dele e aplicou-lhe um golpe que o levou a lona, quase definindo o combate. Toquinho se recuperou e venceu no terceiro round. Após a luta Toquinho disse que parou de bater no adversário pois o mesmo estava gritando e ele achou que a luta tinha acabado. Que bobeira né? O que a torcida mexe com o ego dos lutadores.
Mas o destaque do Card preliminar foi Paulo "Caveira" Thiago, que lutou contra o americano David Mitchell. Caveira é um ex-integrante do BOPE, e em muitos momentos dos rounds a torcida entoou a música do Tihuana, Tropa de Elite, levando o lutador a aumentar sua resistência, mesmo quando estava acuado pelo americano, fazendo com que conquistasse a vitória, na luta mais badalada do Card Preliminar. Bem ai começou o Card Principal, a nata do UFC Mundial e começou com outra bobeira de um brasileiro mas com consequência negativa. Luiz "Banha" sucumbiu frente ao búlgaro Stanislav Nedkov em um nocaute no primeiro round. Banha estava irregular com a guarda baixa mas aplicando bons golpes no búlgaro e quando acertou um golpe mais preciso viu o búlgaro bambear e se descuidou, achou que estava ganho, e levou uma martelada (golpe de cima para baixo na cabeça com a mão cerrada) e acabou indo a nocaute. Pena pois foi o único brasileiro do Card Principal a ser vencido.
Um que venceu e conquistou o merecido título de melhor combate técnico da noite foi Edson Junior que enfrentou o durissimo inglês Ross Pearson, que foi casca grossa e obrigou o brasileiro a utilizar todo seu vasto rol de pancadas, marteladas e rodadas. No fim a luta foi decidida pelos juízes que determinaram a vitória do brasileiro, mas se o inglês tivesse vencido não seria nenhuma humilhação, pois a luta foi igual e muito técnica.
Um que nem pensou de longe em ser vencido foi Mauricio Shogun Rua, que estava mordido por ter perdido o cinturão de Campeão Mundial Meio Pesado para Jon Jones e via neste combate a redenção, e um novo início em busca de seu antigo cinturão. O desafio se chamava Forrest Griffin, que já o havia derrotado em 2007 quando Shogun estreava no UFC. Shogun começou forte e encurralou Griffin no octógono, acertando um direto de direita em Griffin que foi a lona, e levou uma série de marteladas pondo fim ao combate. Shogun está de volta e agora quer o cinturão de Jon Jones novamente. Lutou muito e está forte novamente.
Agora, uma das voltas mais esperadas da noite foi de Rodrigo Minotauro, que renasceu no sentido exato da palavra, pois estava a quase um ano e meio parado por conta de várias operações, e teve apenas três meses para treinar, e enfrentou a emergente revelação Brendan Schaub. Schaub tem um punho pesado mas não é nenhum Teseu para derrubar nosso Minotauro que bateu pouco e certo derrubando o americano a um minuto do fim do primeiro round quando acertou socos potentes levando o oponente a lona. Minotauro, a lenda, ressurge e promete buscar seu cinturão nos pesados novamente. Alguém duvida?
Na luta principal da noite mais um gostinho de revanche entre Anderson "Aranha" Silva e Yushin Okami. Explico. Anderson no começo da carreira lutou com Okami e o nocauteou com um chute no chão, golpe que não era permitido naquela luta, mas Anderson não sabia das regras e foi desqualificado. Esperou e venceu. Anderson começou o combate estudando Okami, arrancando até algumas vaias da torcida, indo algumas vezes a grade, mas era nítido no olhar do japonês o medo e o respeito. Quase no fim do primeiro round Anderson começou a usar os golpes com as pernas. Era o prenuncio. Veio o segundo round e Anderson já era mais incisivo mudando a base constantemente e revezando golpes de pernas e murros. Olhou para Okami e resolveu baixar a guarda como Muhammad Ali fazia e gingando como Bruce Lee, levou alguns socos do japonês, que não fizeram efeito nenhum, e desferiu um potente golpe levando Okami a lona. Anderson ficou parado com as mãos na cintura como se dissesse: "Levanta que tem mais, não vai acabar agora". Okami levantou para logo após levar uma saravaida de socos novamente, mas ai Anderson foi para cima e fulminou o adversário. Okami nem viu o que o atropelou. Vitória para este que esta se transformando em um dos nomes, ou até o maior nome do UFC de todos os tempos(fora Royce Gracie é claro). Educado mas provocador, o Aranha ironizou o japonês ao citar o Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite: "Senhores, nunca serão, jamais serão". Realmente os gringos tem que lutar muito para chegar ao nível dos lutadores brasileiros. O UFC é verde e amarelo mesmo. Alguem vai discordar e encarar???????
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