Sempre que acontece uma tragédia as pessoas tentam achar culpados e explicações por ela ter acontecido. Sempre que acontece uma tragédia que se repete, ai deve-se procurar os culpados e não ficar procurando explicações. Explico: A tragédia deste fim de semana pela Copa Montana vitimou Gustavo Sondermann, piloto de 29 anos, que bateu seu carro no muro da Curva do Café no autódromo de Interlagos, é a mesma cruva que vitimou Rafael Sperafico em Dezembro de 2007. Sondermann era um píloto querido e respeitado no meio automobilistico,e por concidência do destino era companheiro de equipe de Sperafico na época que ele faleceu. Uma tragédia mesmo, que poderia ter sido evitada se na época fossem tomadas as medidas necessárias que todos estão falando agora após a morte de Sondermann, e que em 2007 foram cantadas e gritadas mas nunca foram realizadas. Alguns carros não tem problema naquela curva como no caso dos F-1, mas já bateram como Webber, Alonso e Nico Rosberg, mas sem tamanha gravidade. Os carros monomarcas tem este problema, e principalmente com a chuva que caia sobre o autódromo no domingo. A prova precisaria ter sido parada, ou até mesmo dado uma bandeira amarela naquele ponto. Agora a Confederação soltou um comunicado que em caso de chuva sempre será bandeira amarela naquela curva e não poderá se ultrapassar. Após dois jovens morrerem toma-se a atitude. Agora falam em chicane, aumentar a área de escape, etc. Nada vai trazer a vida dos dois jovens de volta. O problema no Brasil é que os políticos e os presidentes de confederações só tomam atitudes após uma tragédia. Ou as vezes nem tomam. Ta certo que automobilismo é um esporte de risco, mas cabe aos organizadores darem o máximo de segurança. Vá com Deus Sondermann e que tudo de certo ai nas pistas do céu.
Abaixo uma matéria de Galvão Bueno, que só foi publicada agora, na época do Sperafico não:
GALVÃO: ‘Uma área de escape tem que ser criada ali, urgentemente’
Amigos
A tal "curva do Café" em Interlagos me atormenta já faz tempo. Só neste ano são duas mortes. Há três anos morreu o menino Rafael Sperafico e em 2003 Alonso e Webber escaparam por pouco.
Interlagos é um dos melhores e mais seletivos circuitos do mundo. Sua história é rica e estou dentre aqueles que consideram seu solo sagrado.
Só que o tempo passa, as coisas mudam e devem mudar sempre, principalmente em nome da segurança. A "curva do café" é hoje sem dúvida uma das mais perigosas do mundo. Não por seu traçado, longe disso, já que ela não tem muitos segredos e é um espetáculo ver os carros entrando na reta de motor cheio, tentando "achar" o vácuo do carro da frente para decidir na freada do “S” do Senna.
Mas é exatamente aí que está o perigo. Em qualquer categoria os carros a contornam de pé cravado, e qualquer problema, uma escorregada na chuva, um pneu furado, um toque e o destino é o muro, que joga o carro de volta para o meio da pista. Quantos já escaparam porque tiveram a sorte de não serem atingidos por ninguém.
Sorte que Gustavo Sonderman, um menino de 29 anos, não teve neste domingo.
Alguém em caráter de urgência tem que tomar uma decisão. A CBA tem que exigir mudanças. A prefeitura de São Paulo, proprietária do circuito, tem que viabilizar as mudanças.
Uma área de escape tem que ser criada ali, como recentemente foi criada no "Laranjinha", sob o risco de chorarmos novos Speraficos e Sondermanns...
Quem pede é um profissional que há 37 anos trabalha em corridas de automóveis e que ama o automobilismo.
Quem pede, em última instancia, é um pai que cedo vibrou com a vitória de um filho e os pontos importantes de outro na Stock Car e que mais tarde chorou junto com os Sondermann, que perderam o filho...
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